quarta-feira, 30 de maio de 2012

Vermelho Sangue



 No começo, quando eu estava desenhando essa imagem, eu não sabia bem ao certo o que ela estava tentando me dizer. O que é que estava a colocando para fora do meu cérebro. Mas agora eu entendo, não com muita precisão, mas entendo.
  Para tentar explicar, eu tenho que voltar no tempo uns anos atrás, na minha infância. Quando pequena, eu e meu pequeno grupo de amigos, éramos ignorados na escola. Simplesmente não existíamos aos olhos dos outros. Andávamos pelos corredores sem sermos percebidos, como eu acredito que os fantasmas, se existirem, fazem.
  Com isso, o contato humano nunca foi muito presente. Isso fez com que eu até hoje não saiba expressar meus sentimentos como uma pessoa normal faria. Não sei lidar com abraços ou qualquer demonstração de carinho e meu canal lacrimal deve até ser atrofiado. Mas as emoções passam de outro jeito, pelos desenhos.
  Essas emoções e muitos sentimentos são representados na imagem, na forma do coração. As mãos e caras pontiagudas e afiadas, seriam meu medo de deixar que esses sentimentos ultrapassem uma barreira de vergonha que eu teimo em deixar de pé para me proteger.

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