Minha mente manda
lembranças da terra em que escolheu viver.
Terra essa de ninguém, mas habitada por quatro
que ali vivem sem saber o que fazer.
As manhãs não
existem, as tardes são difíceis e das noites, não tem o que se dizer.
De lá não podem sair e ninguém pode adentrar,
Mas fica quem quiser e quem a terra deixar.
O tempo, a ninguém
importa,
Mas mesmo assim teima em passar.
O ontem já não faz falta,
O hoje não se vê acabar...
Comida, nem se for torta!
Tudo o que se faz é pensar.
Por isso, às vezes o
azar bate à porta,
Mas se na rua aparece uma escada encostada na
parede, um pequeno túnel a formar,
Por debaixo dela todos
passam, obrigando o destino a mudar.
O sentido disso, pra
mim não importa mais.
Escrevo em linhas
tortas e com rimas pobres,
Coisa que até uma
criança faz.
Sem paz e sem
lembranças, os quatro continuam lá a morar.
Com pressa pra tudo,
sem calma não se faz nada.
E tudo o que fazem é
pensar.
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